quinta-feira, 2 de abril de 2009

Uma tarde á Montareco com recordações de infância

Uma tarde destas depois de chegar a casa, e sem ter nada para fazer lembrei-me de ir aos espargos, montareco que é montareco gosta de uma bela omolete de espargos, e se os fosse apanhar, sempre era esse que poupava no frescas, vai daí vou buscar a naifa e lá vai ele direito á serra.
Já em pleno matagal e entre um espargo ou outro que ia colhendo, daqueles que escapam á vista dos reformados, começo a ouvir um som que me prendeu a atenção.
Não era mais que o cantarolar de um grilo, e ao ouvi-lo foi como se recuasse uns anos para trás e vieram-me á memória recordações perdidas no tempo. Lembrei-me quando ia com os meus amigos á caça do grilo, lá íamos nós para os campos na esperança de ouvir um a cantar, e quando esse som surgia era caminhar devagarinho e comunicando por gestos para não o assustarmos. Quando por fim chegávamos a toca, era usar truques e artimanhas para o bichinho sair, ora era um pauzinho para lhe fazer cócegas, ou uma pinguinha de água, mas ás vezes os gajos não saíam e era preciso medidas drásticas, aí o mais valentão não tinha qualquer problema em mijar para o buraco do desgraçado, era quase sempre remédio santo, meio intoxicados apareciam cá em cima direitinhos para a gaiola. Se mesmo assim alguns não queriam sair, tinha que se passar a tácticas "terroristas" pois não era um ranhoso de um grilo que se ficava a rir de nós, agarrava-se num sacho e destrui-se a toca do animal, ou o apanhávamos ou o desfaziamos aos bocados, mas não era mais esperto que nós.
Quem é que nunca ficou radiante ao ver que tinha apanhado um realista, quem não se irritou ao ver que era uma grila( perigosas as gajas), quem nunca meteu os seus á luta com os dos outros?
Depois ficávamos com o mais bonito, metíamos na gaiola, dávamos comida, e ao fim de uns dias... esquéciamos deles e morriam á fome, e no ano seguinte íamos outra vez.

É verdade ainda apanhei um belo molho de espargos, agora é só irem roubar uns ovos a um galinheiro, trazer uma garrafas e o petisco tá feito

3 comentários:

  1. LINDO este excerto desta história baseada em factos veridicos...
    GRANDES TEMPOS DE MONTARECOS...ANOS 80/90...

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  2. fdx as coisas q t lembras
    BRUTAL:p

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  3. Pois meu amigo montareco, aqui está para mim o verdadeiro comentário à infância e adolescência do real montareco.É esta essência que nos distingue.Esta e muitas outras. Tais como o jogar à bola nas eiras e terrenos baldios, que nos deixam completamente escalavrados, mas com a moral em alta porque fizemos aquele golo de sonho. E ainda aquelas tardes nas pangalhadas em que ouvimos os velhos fados, dos velhos bebados, mas com vontade de mostrarem o que sabem. Por falar em pangalhadas. Desafio todos os amigos montarecos a organizar umas pangalhadas à antiga, levem as afisgas, as pedras e acima de tudo o Nick com a veia afiada e uma moto nas unhas, ou a carrinha velha e vamos todos para o cerejal. A festa é garantida, aconcelho só um pequeno seguro na caixa agricola com o Pedro André, não vá o Nick ter ideias novas, lol. Um bem haja a todos os montarecos.

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